Família vive aflição há 9 dias sem conseguir liberar o corpo da mãe por falta de documentos: 'Só queremos um velório digno'
11/07/2025
(Foto: Reprodução) Falta de registro atrasa liberação do corpo de idosa em Florianópolis
Uma família de Florianópolis aguarda há nove dias a liberação do corpo da mãe, que morreu no início do mês. O entrave está na falta de um documento de identificação. A Polícia Científica explica que tenta alternativas para confirmar a identidade de Patrícia Ramos, de 64 anos.
O entrave só terminou na manhã desta sexta-feira (11), quando o Poder Judiciário autorizou a liberação do corpo. Ela foi enterrada às 9h em Imbituba, no Sul de Santa Catarina. O Poder Judiciário determinou que a certidão de óbito fosse expedida com o nome Patrícia Ramos.
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Segundo os familiares, Patrícia deu entrada no Hospital Regional de São José, cidade vizinha à capital catarinense, por conta de um Acidente Vascular Cerebral (AVC), em 1º de julho. No mesmo dia, ela faleceu e a partir daí começou a luta para liberar o corpo da idosa.
"A gente quer só um um enterro, um velório digno para ela", declara Aline de Oliveira, sobrinha de Patrícia.
"Ela vivia só com o cartão do SUS. Tudo era no nome do meu padrasto ou no nome do meu pai", diz a filha Juliana Ramos do Nascimento.
O que os filhos sabem é que Patrícia nasceu em Otacílio Costa, na Serra de Santa Catarina, mas não sabem onde foi registrada. Eles contam que a mãe já tinha tentado ir atrás dos documentos, mas não teve sucesso.
"Ela falava que estava procurando advogado, essas coisas, com as amigas dela na época. Mas até então a gente achou que tinha alguma coisa pelo menos em mãos. E, na verdade, não tinha nada", continua Juliana.
Para fazer o devido processo fúnebre, a família teve que entrar com uma ação judicial.
"Já está na mão do juiz mas não tem previsão de quando vamos poder retirar o corpo dela. Entendemos que tem bastante demanda, só que a gente precisa de uma resposta, porque já não aguentamos mais ficar nessa aflição", descreve a filha.
De acordo com a advogada da família, o processo judicial está em andamento e todas as providências necessárias estão sendo tomadas, a fim de encontrar informações e documentos.
Família de Patrícia Ramos aguarda há 9 dias pela liberação do corpo dela
Reprodução/NSC TV
Análise genética
A Polícia Científica explica que a principal dificuldade para liberar o corpo é a falta de identificação oficial.
Com o nome informado, os peritos buscaram registros nos bancos de dados da segurança pública e também tentaram identificar por meio das digitais. No entanto, não encontraram nenhum cadastro, nem estadual, nem no Tribunal Eleitoral, o que indica que ela nunca teve título de eleitor com biometria.
Sem documentos e sem registros oficiais, a Polícia Científica agora vai recorrer à análise genética. O superintendente regional, Cassiano Bremm, explicou que o DNA da idosa será comparado com o dos filhos. Como são vários filhos, a chance de confirmar o vínculo é alta.
"Com isso vão decidir qual o nome que vai na declaração de óbito. E é só com essa declaração em mãos que a família vai conseguir fazer o funeral", explica Bremm.
O exame genético pode levar até 30 dias para ficar pronto. No entanto, se o Judiciário entender que há outros meios suficientes para liberar o corpo antes disso, a liberação poderá ser antecipada.
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